sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Esclarecidas as explosões de raios gama escuras

As explosões de raios gamas (ERG) estão entre os fenómenos mais energéticos do Universo. Quando observadas na radiação visível, algumas explosões parecem bastante fracas.

Reprodução artística de uma explosão de raios gama escura numa região de formação de estrelas
Crédito: ESO/L. Calçada

Utilizando o instrumento GROND no telescópio MPG/ESO de 2.2 metros instalado em La Silla, no Chile, foi feito um estudo sobre este tipo de explosões gigantescas, conhecidas por explosões de raios gama escuras, tendo-se concluído que a sua fraca luminosidade se devia, sobretudo, à presença de poeira entre a Terra e o fenómeno de explosão.

As explosões de raios gamas são detectadas por observatórios em órbita, que captam a sua elevada radiação. São explosões muito breves, mas há cerca de 13 anos os astrónomos descobriram uma quantidade de radiação menos energética com origem nestas explosões violentas, que se prolonga por algumas semanas ou até mesmo anos depois da explosão inicial, o chamado brilho residual.
Os cientistas verificaram que enquanto todas as explosões de raios gama têm brilhos residuais nos raios X, apenas cerca de metade emite estes brilhos no visível, enquanto o resto se mantém misteriosamente escura.
Os astrónomos concluem assim que a maioria das explosões de raios gama escuras são simplesmente aquelas cuja pequena quantidade de radiação visível foi completamente absorvida pela poeira antes de chegar até nós.
Para o investigador Jochen Greiner do Instituto Max Planck para a Física Extraterrestre, em Garching bei München, Alemanha, "O estudo dos brilhos residuais é fundamental na compreensão dos objectos que dão origem às explosões de raios gama, os quais nos fornecem informação preciosa sobre a formação estelar no Universo primordial".
Em 2004, a NASA lançou o satélite Swift que orbita por cima da atmosfera terrestre. Este satélite consegue detectar explosões de raios gama e comunicar imediatamente as suas posições a outros observatórios, de modo a que os brilhos residuais possam ser estudados.
Este trabalho foi apresentado num artigo científico da revista Astronomy & Astrophysics, em 16 de Dezembro de 2010.
Fonte: ESO

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