sábado, 30 de abril de 2011

Aranhas (e borboletas) no espaço

Na sua última viagem, o vaivém espacial Endeavour (missão STS-134) transporta dois passageiros especiais, duas aranhas "Nephila clavipes" que fazem parte de uma investigação científica (CSI-05), em que os pesquisadores observam os hábitos do aracnídeo em ambiente de microgravidade.
A investigação utiliza o ambiente de microgravidade único da Estação Espacial Internacional (ISS) como parte da formação na sala de aula, para estimular a aprendizagem e interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (a experiência também é realizada por alunos na Terra). É realizado em parceria com BioServe Space Technologies, da Universidade de Colorado.

Fêmea de Nephila clavipes (aranhas de ouro) na sua teia - Crédito: NASA/Danielle Anthony

Cada aranha viaja no seu habitat, uma espécie de sala de estar, sala de tecelagem para a teia e onde encontra moscas da fruta como fonte de alimento. Os habitats serão transferidos para a Estação Espacial Internacional e instalados de modo a manter uma temperatura adequada, humidade e ciclo de iluminação para as aranhas e a sua fonte de sustento de moscas da fruta.

Habitat da aranha durante a investigação no espaço - Crédito: NASA/BioServe

Esta é a segunda pesquisa realizada com aranhas na Estação Espacial Internacional, a primeira foi (CSI-03) que também viajou com o vaivém espacial Endeavour, na sua missão STS-126. O objectivo foi analisar a capacidade das aranhas para tecer uma teia, comer e manter-se saudáveis no espaço.
Nesta primeira investigação foram usadas duas aranhas, "Larinioides patagiatus" e "Metepeira labyrinthea", seleccionadas especificamente pela simetria da formação da sua teia.

Aranha tecendo a teia em CSI habitat-03, a bordo da Estação Espacial Internacional, durante a Expedição 18 da ISS. Embora existam duas aranhas a bordo da ISS, apenas uma era visível quando a equipa filmou o video.

O par de aranhas actualmente previstos para a investigação em CSI-05 são aranhas "Nephila clavipes", que tecem uma teia assimétrica a três dimensões.
As moscas não são, contudo, simplesmente alimento para as aranhas. Elas são objecto de um estudo secundário. Os cientistas pretendem analisar a sua mobilidade ao longo do tempo, para ver se e como eles reagem ao ambiente de microgravidade. Pretende-se observar o crescimento, padrões de comportamento e de vôo à medida que as moscas se desenvolvem. A investigação ajudará a compreender mais claramente como organismos diferentes são afectados pelo ambiente de microgravidade.
A investigação CSI-03 também analisou o ciclo de vida completo de borboletas "senhoras pintadas" "Vanessa cardui ".
Vídeo time-lapse da borboleta, em órbita a bordo da Estação Espacial Internacional. Este vídeo é uma compilação de imagens capturadas do habitat, durante um período de três semanas, mostrando as metamorfoses da borboleta.


Antes da Estação Espacial Internacional, em 1973, duas aranhas comuns viajaram até ao espaço, lançadas na nave espacial Apollo com a tripulação do segundo Skylab. Teceram as suas teias, embora com algumas dificuldades, acabando por chegar à Terra já mortas por desidratação.
Arabella e Anita, aranhas comuns Araneus diadematus, estiveram no espaço com a tripulação do Skylab - Fonte: Skylab SP-401, em sala de aula no espaço

Fonte: NASA

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