quarta-feira, 18 de maio de 2011

Prémios Nobel recomendam acções urgentes a favor do planeta

O "Memorando de Estocolmo" é o principal resultado do 3º Simpósio dos Prémios Nobel sobre a Sustentabilidade Global, onde mais de 40 líderes mundiais e especialistas , metade dos quais já receberam o Prémio Nobel, se reunem para abordar o tema "Transformar o Mundo na Era da Mudança Global." O Simpósio decorre, entre 16 e 19 de Maio, na Academia Real Sueca de Ciências, em Estocolmo.
O Memorando foi assinado hoje (18 de Maio) pelos Prémios Nobel e "formula uma nova visão de desenvolvimento sustentável e prosperidade, bem como mecanismos para alcançar esta visão."

Assinatura do Memorando de Estocolmo, Prémio Nobel Nadine Gordimer

As recomendações foram entregues ao Painel de Alto Nível sobre Sustentabilidade Global, nomeado pelo Secretário Geral da ONU, tendo em vista a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012 no Rio de Janeiro.
Na terça-feira (17 de Maio), os Prémios Nobel foram os membros do júri de um julgamento da espécie humana, acusada de destruir o planeta Terra. O veredicto diz que a humanidade deve trabalhar no sentido de uma gestão global dentro dos limites intrinsecos do planeta.
O "Memorando de Estocolmo", que inclui o veredicto sobre a humanidade, concluiu que o planeta entrou numa nova era geológica, o Antropoceno, influenciada pelas acções humanas. Segundo o texto, "recomenda um conjunto de acções urgentes e de longo alcance para que os dirigentes e as sociedades se tornem administradores activos do planeta para benefício das gerações futuras."
Para além do objetivo de manter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius, o documento destaca que "o meio ambiente sustentável é uma pré-condição para a erradicação da pobreza, desenvolvimento económico e justiça social". Alcançar os Objectivos do Milénio deve ser uma prioridade.
O Memorando defende também uma "revolução agrícola", com a produção de mais alimentos de forma sustentável, para alimentar uma população humana de quase nove biliões.
Mas o documento também não esquece que é preciso "inspirar e incentivar a literacia científica, especialmente entre os jovens."
De acordo com o professor Mario Molina , que actuou como juiz da humanidade e recebeu o Prémio Nobel de Química em 1995, "Nós somos a primeira geração com o conhecimento dos novos riscos globais enfrentados pela humanidade, que as pessoas e as sociedades são os maiores impulsionadores da mudança global. A análise de base não está em questão: não podemos continuar no nosso caminho actual e é necessário agir rapidamente. A ciência pode orientar-nos identificando o caminho para a sustentabilidade global, desde que também participe num diálogo aberto com a sociedade."
Fonte: 3º Simpósio dos Prémios Nobel para Sustentabilidade Global via ÚltimoSegundo

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