quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sonda da NASA confirma duas previsões espaço-tempo de Einstein

Concepção artística da sonda Gravity Probe B orbitando a Terra para medir o espaço-tempo, uma descrição de quatro dimensões do universo, incluindo altura, largura, comprimento e tempo - Crédito: NASA

A sonda Gravity Probe B (GP-B) confirmou as duas principais previsões derivadas da teoria da relatividade geral de Albert Einstein, publicada em 1915.
O objectivo era saber qual o efeito da gravidade da Terra na quarta dimensão, que o cientista definiu como espaço-tempo. Esta dimensão pode ser vista como um tecido ou uma matriz onde os corpos celestes estão colocados.
Segundo a teoria, um corpo do tamanho da Terra, devido à sua gravidade, cria uma curvatura nesse tecido, tal como uma pessoa pesada sobre um trampolim. A rotação do nosso planeta também provoca um arrastamento neste tecido de espaço-tempo.


A sonda Probe B comprovou que a Terra curva o espaço-tempo e arrasta-o enquanto gira

As observações da sonda Probe B comprovaram que a Terra está muito subtilmente causando uma curvatura no espaço-tempo à sua volta, e arrastando-os consigo. Esta deformação também acontece com outros corpos celestes, como as estrelas ou os buracos negros.
Os cientistas conseguiram medir esses efeitos usando quatro giroscópios extremamente precisos, dentro do satélite, para medir o efeito geodético, a curvatura do espaço e do tempo em torno de um corpo gravitacional, neste caso a Terra, e o efeito de arrasto, que mostra como a Terra distorce o espaço-tempo ao seu redor enquanto gira.
A sonda Probe conseguiu medir o efeito geodético e o efeito de arrasto da Terra sobre o espaço-tempo

A sonda Gravity Probe B foi lançada em 2004 e ficou a 642 quilómetros de distância, em órbita polar da Terra. Os cientistas definiram um eixo nos giroscópios cuja direcção apontava para uma única estrela, IM Pegasi. Os dois efeitos que a Terra produz no tecido do espaço-tempo alteraram de uma forma mínima a direcção deste eixo e que foi lida pela sonda, durante um ano. Se a gravidade não afectasse o espaço e o tempo, os giroscópios GP-B apontariam na mesma direcção para sempre.
"Imagine a Terra como se estivesse mergulhada em mel. À medida que o planeta gira, o mel faria um redemoinho à sua volta, e acontece o mesmo com o espaço e o tempo", disse Francis Everitt, investigador principal desta missão, da Universidade de Stanford, Estados Unidos. "GP-B confirmou duas das previsões mais profundas do universo de Einstein, com implicações de longo alcance em toda a pesquisa astrofísica. Da mesma forma, as décadas de inovação tecnológica por detrás da missão terão um legado duradouro na Terra e no espaço."

Fonte: NASA / Público

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