quarta-feira, 29 de junho de 2011

Astrónomos descobriram o quasar mais distante

Uma equipa de astrónomos europeus descobriu o quasar mais distante encontrado até ao momento, utilizando o Very Large Telescope do ESO juntamente com outros telescópios.

A ilustração mostra como pode ser  ULAS J1120+0641, um quasar muito distante, alimentado por um buraco negro com uma massa dois biliões de vezes a do Sol. É o quasar mais distante já encontrado, visto como era 770 milhões de anos depois do Big-Bang. É o objecto mais brilhante descoberto no início do Universo - Crédito: ESO/M. Kornmesser

Segundo os astrónomos, é o objecto mais brilhante descoberto no Universo primitivo, alimentado por um buraco negro com uma massa dois milhares de milhões de vezes maior que a do Sol.
“Este quasar é uma importante evidência do Universo primitivo. É um objetco muito raro que nos ajudará a compreender como é que os buracos negros de massa extremamente elevada cresceram algumas centenas de milhões de anos depois do Big Bang,” diz Stephen Warren, o líder da equipa.
Os quasars são galáxias muito distantes e brilhantes que se acredita serem alimentadas por buracos negros de grande massa situados no seu centro. O seu brilho torna-os poderosos faróis que podem ajudar a investigar a época do Universo em que se estavam a formar as primeiras estrelas e galáxias. O quasar recém descoberto encontra-se tão afastado que a sua radiação provém da última fase da era da reonização.
A luz deste quasar demorou 12.9 mil milhões decanos a chegar à Terra. O quasar, designado por ULAS J1120+0641, foi observado tal como era apenas 770 milhões de anos depois do Big-Bang.
Uma animação do quasar mais distante, em 3D, no vídeo seguinte:


Já foram observados objectos mais distantes, tal como a explosão de raios gama com um desvio para o vermelho de 8.2 e a galáxia com desvio para o vermelho de 8.6. Mas este quasar agora descoberto, com um desvio para o vermelho de 7.1, é centenas de vezes mais brilhante que esses objectos.
O quasar mais distante depois deste observa-se tal como era 870 milhões de anos depois do Big Bang, com um desvio para o vermelho de 6.4.
O desvio para o vermelho cosmológico, ou simplesmente desvio para o vermelho, mede a quantidade que o Universo se esticou (o Universo expandiu-se) entre o momento em que a radiação foi emitida e o momento em que ela chega à Terra.
“Pensamos que existem em todo o céu apenas cerca de 100 quasars brilhantes com desvio para o vermelho maior que 7,” conclui Daniel Mortlock, o autor principal do artigo científico. “Para encontrar este objeto foi necessária uma busca muito minuciosa e demorada, no entanto valeu bem a pena o esforço, já que agora poderemos compreender melhor alguns dos mistérios do Universo primitivo.”
Fonte: ESO

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