domingo, 17 de julho de 2011

Comissão Baleeira Internacional (IWC) aprova maior transparência entre os países membros

A Comissão Baleeira Internacional (IWC), reunida em Jersey (Reino Unido), aprovou um conjunto de medidas para garantir a transparência no pagamento das cotas, um dos assuntos mais controversos desta organização.

Caça de baleia na Islândia (reprodução)

A proposta foi apresentada pelo Reino Unido à Comissão, na sua reunião, entre 11 e 14 de Julho, para discutir a "pesca" comercial de cetáceos. Depois de vários dias de discussões, a proposta foi aprovada por consenso e ficou decidido que os países membros pagarão as suas cotas através de transferência bancária. Deste modo espera-se localizar os pagamentos.
Até agora, os países podiam pagar em dinheiro vivo, e suspeita-se que alguns membros favoráveis à caça de baleias, como o Japão, pagavam as cotas de certos países pequenos para ter o seu apoio na Comissão.
De acordo com Richard Benyon, o ministro do Ambiente britânico, é "uma conquista fantástica que vai modernizar a IWC para trabalhar como outras grandes organizações internacionais, e dá-lhe mais credibilidade".
Wendy Elliott, representante da World Wildlife Fund (WWF) na reunião, reconheceu que, embora se tivésse falado pouco em baleias no encontro, o resultado é positivo, "um pequeno passo na direcção certa, é tempo de nos concentrarmos na conservação dos cetáceos, que estão em grande risco".
No último dia da reunião de trabalho da CBI, o Japão e outros países defensores da caça às baleias bloqueraram uma proposta conjunta da Argentina e do Brasil para que fosse criado um santuário de cetáceos no Atlântico Sul. Os delegados do Japão, Islândia, Noruega e vários países caribenhos e africanos abandonaram a sala das negociações para que não houvésse quorum.
Não é a primeira vez que os países defensores da caça das baleias rejeitam a criação de uma área protegida, segundo eles, por falta de bases científicas. A proposta foi adiada para o próximo plenário da Comissão a realizar no Panamá, em 2012.
A Comissão nasceu em 1946 com o objectivo de contribuir para a conservação das baleias. Para isso, foi aprovada uma moratória, há 25 anos, que proíbe a caça às baleias. No entanto há algumas excepções para certas comunidades cuja subsistência e tradições dependem da caça. É o caso do Alasca, Gronelândia, Tchukotka (Extremo Oriente siberiano), São Vicente e Granadinas (Antilhas).
A Noruega e a Islândia não aceitaram a resolução e continuaram a caçar. O Japão, por sua vez, também continuou a matar baleias alegando motivos científicos, o que tem originado, nos últimos anos, alguns confrontos entre a sua frota pesqueira e a organização ambientalista Sea Shepherd, que o obrigaram a interromper a última campanha mais cedo.
Apesar disso, o Japão confirmou que voltará a caçar nas águas da Antártida, mas terá por companhia a ONG Sea Shepherd que se comprometeu a colocar lá os seus activistas.
Os ecologistas alertaram para o problema das baleias cinzentas no noroeste do Oceano Pacífico, onde restam apenas cerca de 130 exemplares, numa zona em que se projectam novas instalações petrolíferas.
Fonte: El Mundo.es

Sem comentários: