segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gases de efeito de estufa atingem níveis recordes na atmosfera desde o início da revolução industrial

As actividades humanas originam emissão de gases de efeito de estufa para a atmosfera, provocando o aquecimento global do nosso planeta - Fonte: wikipédia

 De acordo com o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM ou WMO, sigla em inglês), a quantidade de gases de efeito de estufa na atmosfera atingiu um novo recorde em 2010 desde o início da era industrial, em 1750.
A agência meteorológica das Nações Unidas disse que entre 1990 e 2010 houve um aumento de 29% na força de irradiação (o efeito do aquecimento global sobre o clima) devido aos gases de efeito de estufa, sendo o dióxido de carbono (CO2) o responsável por 80% desse aumento.
As concentrações de CO2, principal responsável pelo aquecimento global, chegaram a 389 partes por milhão, a maior concentração desde o início da era industrial. A sua presença aumentou 39% na atmosfera.
Durante os 10 mil anos anteriores a o início da era industrial, em meados do século 18, o dióxido de carbono na atmosfera permaneceu praticamente constante à volta de 280 partes por milhão.
O CO2 é agora o principal gás de efeito de estufa na atmosfera e representa cerca de 64% do total das causas das alterações climáticas.
"O impacto que sofre a atmosfera com os gases de efeito de efeito de estufa, causados pela actividade humana, voltou a alcançar níveis recordes desde a era industrial", afirmou o secretário geral da OMM, Michel Jarraud. "Mesmo que pudéssemos parar hoje a emissão de gases de efeito de estufa, algo que está longe da realidade, o efeito estaria presente na atmosfera durante décadas".
"Agora, mais do que nunca, precisamos entender as complicadas e, por vezes, inesperadas interações entre os gases de efeito estufa e a atmosfera, a biosfera e os oceanos da Terra".
Os gases de efeito de estufa concentram a radiação na atmosfera terrestre fazendo com que ela aqueça. As actividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e agricultura, nomeadamente a perda de florestas que absorvem dióxido de carbono e uso de fertilizantes, são os principais emissores de gases de estufa causadores das alterações climáticas. Depois do vapor de água, os gases predominantes de vida longa na atmosfera são o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso.
O relatório da OMM revela que, desde 1750, houve um aumento de 20% do óxido nitroso, 39% de CO2 e 158% de aumento do metano, todos gases de efeito de estufa a reduzir, de acordo com o Protocolo de Kioto.
Depois do CO2, o metano (CH4) contribui com 18% para a força de irradiação, com o forte aumento de 158% pela produção de gado, para além do uso dos combustíveis fósseis e produção de arroz.

A criação de gado contribui para o aumento de metano (um gás de efeito de estufa) na atmosfera - Fonte: wikipédia


Actualmente, a actividade humana é responsável por 60% das emissões de metano e 40% tem origem em fontes naturais.
Relativamente ao metano, a OMM adverte que "depois de um período de relativa estabilização dos seus níveis entre 1999 e 2006, a sua presença na atmosfera voltou a aumentar".
O óxido nitroso contribui com cerca de 6% para a força de irradiação, tendo aumentado cerca de 20% relativamente aos níveis anteriores à revolução industrial. tem origem em causas naturais, como os oceanos, e também nas actividades humanas como, por exemplo, o uso de fertilizantes, biomassa e outros processos industriais.
O maior problema deste gás de estufa é que o seu impacto sobre o clima, ao longo de um período de 100 anos, é 298 vezes maior do que as emissões equivalentes de dióxido de carbono. Ele também desempenha um importante papel na destruição da camada de ozono estratosférico que nos protege dos raios ultravioletas nocivos à vida na Terra.
Fonte: Comunicado da OMM  via El Mundo.es

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