domingo, 13 de novembro de 2011

Nautilus, mais que uma bonita concha

Nautilus, um fóssil vivo que pode estar ameaçado- Crédito: wikipédia

O Nautilus, Nautilus pompilius, é a mais conhecida das espécies de Nautilus. É um cefalópode, parente da lula e do polvo, que apresenta uma impressionante concha em espiral com câmaras que ele usa para flutuar, deslocando-se por meio de tentáculos. É considerado um fóssil vivo, com antepassados no final do período cambriano, há 500 milhões de anos. No entanto, a perfeição, a beleza e o alto valor comercial da sua concha está a colocá-lo em perigo de extinção.
O aumento das vendas de jóias e ornamentos derivados da sua concha preocupa os biólogos marinhos, que temem que o Nautilus esteja a ser capturado de forma insustentável. Por isso, consideram que o animal deveria ser listado como espécie ameaçada para deter o comércio das conchas.

Concha do Nautilus mostrando a espiral logarítmica. A beleza da concha tem levado à sua captura insustentável - Crédito: wikipédia

Simultâneamente, também estão a fazer uma avaliação sobre a população existente no planeta. Só a estimativa da população mundial de Nautilis poderá determinar uma pesca sustentável.
Para os cientistas, a crescente demanda de conchas pode fazer desaparecer a espécie que, para além disso, tem um crescimento lento e precisa de 15 anos para atingir a maturidade sexual, um tempo bastante longo.
O Nautilus vive em recifes de corais no sudoeste do Pacífico, em profundidades até 600 metros, onde é facilmente apanhado com armadilhas e isco em linhas compridas, mas dificil de estudar por estar fora do alcance da luz do sol e de mergulhadores
Há já alguns anos que os biólogos alertam para o declínio de algumas populações deste fóssil vivo, sobretudo perto das Filipinas, Indonésia e Nova Caledónia, cujo emblema oficial traz uma concha de Nautilus.
Mais de 579.000 exemplares de Nautilus foram importados para os Estados Unidos entre 2005 e 2008, principalmente das Filipinas, Indonésia e China, sendo aproximadamente 99% colhidos na natureza.
A pesca excessiva levou os cientistas a iniciar, no último verão, o censo formal da população mundial de Nautilus para determinar a necessidade da sua protecção, de acordo com a Convenção do Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (ou CITES, sigla em inglês). Pretendem que o Nautilus seja protegido com as mesmas regras usadas pela ONU na protecção de outros animais.
Fonte: ÚltimoSegundo / U.S. Fish and Wildlife Service

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