quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vermes podem ajudar o homem nas suas futuras viagens interplanetárias

Vermes da espécie Caenorhabditis elegans são usados para preparar futuras missões tripuladas espaciais de longa duração - Fonte imagem: wikipédia

Pequenos vermes cilíndricos, da espécie Caenorhabditis elegans, poderão ajudar a preparar missões espaciais tripuladas de longa duração, como sugere um estudo publicado no 'Journal of the Royal Society Interface'.
Os cientistas acompanharam, durante 90 dias, o desenvolvimento e o comportamento reprodutivo de vermes microscópicos, Caenorhabditis elegans, para averiguar os efeitos da microgravidade através de 12 gerações de vermes, a bordo da Estação Espacial Internacional.
Cerca de 4.000 vermes foram transportados pelos astronautas do vaivém espacial Discovery, em Dezembro de 2006, até ao laboratório espacial.
Segundo os cientistas da Universidade de Nottingham (Reino Unido) que organizaram a experiência, os vermes reproduziram-se no espaço tal como na Terra. Além disso, não encontraram diferenças nem no seu nascimento nem no desenvolvimento até ao estado adulto.
Para Nathaniel Szewczyk, da Universidade de Nottingham, e principal autor do estudo, "conseguimos mostrar que os vermes podem crescer e reproduzir-se no espaço por tempo suficiente para chegar a outro planeta e, além disso, podemos monitorar remotamente o seu estado de ´saúde".
Habitualmente são realizadas experiências com vermes na ISS, pois um dos seus principais objectivos é estudar os efeitos da microgravidade nos organismos e melhorar os mecanismos de adaptação dos seres vivos ao espaço, tendo em vista futuras missões de longa duração.
Os cientistas acreditam que a espécie Caenorhabditis elegans é biologicamente parecida aos seres humanos, por isso é preferida neste tipo de investigações.
Surpreendentemente, para Nathaniel Szewczyk, grande parte das alterações biológicas que ocorrem durante um voo espacial afectam os astronautas e os vermes de modo semelhante.
Caenorhabditis elegans foi o primeiro organismo multicelular que teve o seu genoma sequenciado. Segundo os investigadores deste estudo, muitos dos seus 20.000 genes desempenham as mesmas funções que nos humanos.
Os pesquisadores concluiram que o estudo da espécie Caenorhabditis elegans pode ajudar a saber como proteger o homem nas suas futuras viagens interplanetárias, nomeadamente a vencer a deterioração muscular e exposição à radiação associadas a voos espaciais de longa duração. A utilização deste verme numa viagem a Marte, por exemplo, permitiria aos cientistas descobrir o efeito da radiação do espaço profundo - e na superfície do Planeta Vermelho - sobre a vida animal.
Mais informações em El Mundo.es  e  Space.com

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