quarta-feira, 7 de março de 2012

Meteorologia espacial: Sol tem a segunda grande erupção do ciclo solar

Grande erupção solar X5.4, produzida pela mancha activa AR1429, em 7 de Março de 2012 - Crédito: NASA/SDO/AIA

A grande mancha solar AR1429 libertou uma das maiores explosões solares no início do dia de hoje, 7 de Março. A erupção foi classificada de classe X5.4, a segunda mais potente depois de uma explosão X6.9, em 9 de Agosto de 2011.
O aumento do número de erupções de classe X (as mais fortes) faz parte do ciclo solar normal de onze anos, durantte o qual a sua actividade aumenta até ao máximo solar, e cujo pico se espera no final de 2013. Cerca de uma hora depois, a mesma região produziu outra erupção de classe x1.3 (cerca de 5 vezes menor que a primeira).
Nos últimos dias esta mancha solar já tinha originado várias erupções de classe M e uma de classe X. Como ela se desloca acompanhando a rotação do Sol, vai ficando mais centrada no disco solar e as suas erupções são cada vez mais dirigidas à Terra. Já provocou um apagão de rádio temporário no lado iluminado da Terra, que interferiu com o rádio de navegação e rádio de ondas curtas.
Associadas a estas erupções, o Sol também libertou duas ejecções de massa coronal (CMEs), que deverão atingir o nosso planeta nos próximos dias 8 ou 9 de Março. A primeira destas CMEs, que deve chegar em 8 de Março, poderá causar uma forte tempestade geomagnética, provocando auroras em latitudes baixas, possivelmente interrompendo comunicação de alta frequência de rádio, sistemas de posicionamento global (GPS), e redes de energia. Vai atingir também Marte e algumas naves espaciais da NASA.
Entretanto, a Terra está a receber partículas solares de uma CME anterior, e que estão a comprimir o campo magnético terrestre, causando uma tempestade geomagnética moderada, classificada de G2, numa escala de G1 a G5, que irá agravar-se nos próximos dias.
Para além disso, esta grande explosão também originou uma tempestade de radiação solar moderada, de classe S3, enviando protões solares acelerados para a atmosfera terrestre. Esta tempestade pode perturbar o funcionamento de satélites e adicionar ruído a sistemas de imagens nos observatórios espaciais.

O Observatório Solar Dinâmico detectou as erupções solares de classeX. O Observatório Solar Heliosférico (SOHO) captou a ejecção de massa coronal (CME) associada à grande erupção X5.4. A tempestade de radiação solar provocou o "ruído" no final do filme

De acordo com informações de El Mundo.es, "perante esta agitada actividade solar das últimas horas detectou-se um aumento do risco biológico para astronautas, passageiros e tripulantes em vôos nas altas latitudes. Os especialistas consideram que esta situação "levará provavelmente" à adopção de algumas medidas preventivas rotineiras, como algum desvio de rota".
Fonte: NASA  / SpaceWeather

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