quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Estrelas podem formar planetas mais tarde que outras

Ilustração do disco planetário (à esquerda) da estrela TW Hydrae , que pesa o equivalente a 50 massas de planetas Júpiter - Crédito: NASA / JPL-Caltech 

Utilizando o Observatório Espacial Herschel, os astrónomos foram capazes de avaliar com precisão o conteúdo do disco de formação planetária que rodeia a jovem estrela TW Hydrae, descobrindo que ele ainda tem gás hidrogénio suficiente para gerar mais de 50 planetas gigantes, vários milhões de anos depois da maioria das outras estrelas ter terminado a formação.
A estrela TW Hydrae, com cerca de 10 milhões de anos e a cerca de 175 anos-luz de distância, na constelação de Hydra, está relativamente próxima da Terra.
Apesar de jovem, TW Hydrae já ultrapassou a idade para a formação de planetas gigantes. O disco massivo de material à sua volta não é comum, pois em alguns milhões de anos, a maior parte do material é incorporado na estrela central ou planetas gigantes ou, então, é afastado para o espaço pelo forte vento estelar.
"Nós não esperávamos ver tanto gás em torno desta estrela", disse Edwin Bergin, da Universidade de Michigan em Ann Arbor, e líder do novo estudo publicado na revista Nature.
"Com uma massa mais precisa, podemos aprender mais sobre este sistema em termos do seu potencial para formar planetas e disponibilidade de ingredientes que podem ser capazes de suportar um planeta com vida", acrescenta o professor Bergin.
De facto, numa outra investigação com o observatório Herschel, os astrónomos detectaram grandes quantidades de vapor de água frio, que emanam do disco de formação planetária de poeira e gás da estrela TW Hydrae, contendo água suficiente para encher o equivalente a vários milhares de oceanos da Terra.

Ilustração do disco de formação planetária em torno da estrela TW Hydrae, de 10 milhões de anos de idade, situada a cerca de 175 anos-luz de distância, na constelação de Hydra - Crédito: NASA / JPL-Caltech

O vapor de água, que provavelmente vem de grãos de gelo no disco, está localizado nas regiões frias exteriores do sistema estelar, onde se formam os cometas.
No nosso sistema solar, pensa-se que foram os cometas que transportaram água para a Terra, criando os oceanos. Pode estar a acontecer um processo semelhante em torno de TW Hydrae - cometas podiam transportar água para jovens mundos, ao longo dos próximos vários milhões de anos.
"Os novos resultados são mais um passo importante na compreensão da diversidade de sistemas planetários no universo", disse Bergin. "Estamos a observar agora sistemas com Júpiters enormes, super Terras, e muitos mundos como Neptuno. Através do conhecimento da massa de sistemas no seu início temos uma visão sobre como o nosso sistema solar se formou, com apenas uma das muitas possíveis configurações planetárias."
Fonte: NASA / ESA

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