quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Telescópio Herschel capta imagens do asteróide Apophis, mais próximo da Terra hoje

O Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA) captou o asteróide Apophis no seu campo de visão durante a aproximação à Terra, em 5 e 6 de Janeiro de 2013. A imagem mostra o asteróide Apophis em três comprimentos de onda: 70, 100 e 160 microns, respectivamente - Crédito: ESA/Herschel/PACS/MACH-11/MPE/ESAC

O asteróide Apophis, considerado potencialmente perigoso, faz a sua maior aproximação à Terra hoje, 9 de Janeiro de 2013, passando a cerca de 14,5 milhões de Km, não constituindo qualquer perigo de impacto para o nosso planeta, pelo menos desta vez.
Aproveitando a sua maior proximidade, o Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), fez novas observações do asteróide, durante o fim-de-semana passada. Os dados mostram que o asteróide parece ser maior do que a primeira estimativa, e menos reflexivo (reflecte menos luz).
O telescópio Herschel fez as primeiras observações em infravermelho térmico do asteróide, e em diferentes comprimentos de onda.
A rocha espacial catalogada (99942) Apophis (anteriormente 2.004 MN4), é muitas vezes apelidada de "o asteróide do fim-do mundo', após as primeiras observações feitas quando foi descoberto, em 2004, em que se calculou uma probabilidade de 2,7% de atingir a Terra em Abril de 2029. Dados posteriores eliminaram a hipótese de impacto nesta data, embora o asteróide vai passar muito perto, dentro de 36 000 km da superfície da Terra, mais próximo ainda do que as órbitas dos satélites geoestacionários.
Apophis regressará novamente à Terra em 2036, mas não se sabe a que distância, pois prevê-se que a aproximação de 2029 alterará substancialmente a sua órbita.
Tentando corrigir os parâmetros físicos e a trajectória futura deste asteróide, o Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), observou o Apophis, enquanto ele se acercava da Terra.
Juntamente com as medições ópticas, as medições  do telescópio ajudaram a refinar as estimativas de propriedades do asteróide. Relativamente à dimensão da rocha espacial, as estimativas anteriores indicavam um diâmetro médio de 270 ± 60 m; as novas observações do Herschel dão um diâmetro mais preciso de 325 ± 15 m. Isto significa um aumento de 75% nas estimativas de volume do asteróide ou de massa, de acordo com os cientistas.
Herschel também analisou o calor emitido por Apophis, fornecendo uma nova estimativa do albedo do asteróide - uma medida da sua reflectividade - e que é menor que o anterior valor. Esta propriedade indica a quantidade de luz solar incidente que é reflectida pelo asteróide, o resto é absorvida e aquece o asteróide.
É importante conhecer as propriedades térmicas de um asteróide, pois indicam como a sua órbita pode ser alterada devido ao aquecimento pelo Sol. O ciclo de aquecimento e arrefecimento de um asteróide, enquanto gira e a sua distância ao Sol vai mudando, a longo prazo pode provocar alterações na sua órbita. É o conhecido efeito Yarkovsky, o que pode ser um grande problema se a Terra se encontrar na nova trajectória!
Fonte: ESA

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