sexta-feira, 8 de março de 2013

Cientistas russos pensam ter encontrado nova forma de vida num lago subterrâneo da Antárctida

A localização do lago Vostok, no coração da camada de gelo do leste da Antárctida, torna-o um dos ambientes mais inóspitos do planeta. Foi encontrado na década de 1990, com ajuda de cientistas britânicos. Com uma área de 15.000 quilómetros quadrados e uma profundidade que pode ir a mais de 800 metros, debaixo de uma camada de gelo com quase 4 Km de espessura, o lago Vostok é semelhante em tamanho ao Lago Baikal, na Sibéria ou Lago Ontário na América do Norte - Crédito imagem: wikipédia

Uma equipa de cientistas russos anunciou que julga ter descoberto uma nova forma de vida, isolada durante milhões de anos no lago subglacial de Vostok, debaixo do gelo do sul da Antárctida. O lago permaneceu intacto durante pelo menos 14 milhões de anos.
Foram recolhidas amostras de água no lago subterrâneo, em maio de 2012, depois de dez anos de perfuração da capa de gelo que o cobre. As amostras continham uma bactéria que não se assemelha a qualquer uma já existente.
«Depois de excluir todos os possíveis elementos de contaminação, foi encontrado ADN que não coincide com qualquer um dos tipos já conhecidos. Trata-se de uma forma de vida não classificada e não identificada», afirmou Sergei Bulat, do St Petersburg Nuclear Physics Institut.
Novas amostras de água serão recolhidas do Lago Vostok, numa nova expedição em Maio, para confirmar a presença da bactéria.
Os cientistas dizem que a escuridão do lago Vostok, debaixo de uns 3.700 metros de gelo, pode proporcionar uma visão do planeta antes da idade do gelo. A sua exploração pode ser fundamental para o estudo das alterações climáticas na Terra nos próximos séculos, já que ele permaneceu isolado da atmosfera e da superfície da biosfera durante milhões de anos.

Lago Vostok, observado de satélite - Crédito: wikipédia

A descoberta de formas de vida capazes de suportar condições ambientais tão extremas (extremófilos) irá permitir conhecer melhor o ecossistema único do lago, mas também pode ter implicações na pesquisa de vida possível fora da Terra, em condições de frio extremo, como na lua Europa de Júpiter, ou Encéfalo, satélite de Saturno.
As condições nestes lagos da Antárctida podem não ser muito diferentes das existentes nas massas de água líquida que se pensa existirem debaixo das camadas superficiais geladas dessas luas do sistema solar. Por isso, este tipo de projecto entusiasma tanto os astrobiólogos que se dedicam a estudar as origens e a distribuição provável de vida no Universo.
Pode ver um documentário sobre o mundo perdido do Lago Vostok neste endereço.
Fonte: El Mundo.es e BBC news

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