terça-feira, 12 de março de 2013

Frio extremo e poluição causaram a grande diminuição de ozono no Árctico, em 2011

Mapas das concentrações de ozono sobre o Árctico, obtidos pelo satélite Aura, da NASA. A imagem da esquerda mostra uma concentração relativamente alta, em 19 Março de 2010, e à direita um nível baixo, na mesma data em 2011 - Crédito: NASA / Goddard 

Frio extremo, produtos químicos fabricados pelo homem, e uma atmosfera estagnada, são consideradas as principais causas do aumento do que foi chamado buraco do ozono do Árctico, segundo um novo estudo da NASA.
O estudo publicado no Journal of Geophysical Research-Atmospheres mostra que, embora o cloro seja o maior responsável pela grave perda de ozono no inverno de 2011, as temperaturas excepcionalmente baixas e persistentes também ajudaram a destruição do ozono. Além disso, condições atmosféricas pouco comuns bloquearam o transporte pelo vento do ozono dos trópicos, impedindo o reabastecimento do ozono sazonal até Abril.
Segundo o comunicado da NASA, grande parte de ozono encontrado no Árctico é produzido nos trópicos e transportado para o Árctico. Aqui, a maioria do ozono é destruído dentro do chamado vórtice polar, uma região de ventos circulares fortes que intensificam no final de outono e isolam a massa de ar no interior do vórtice, mantendo-a muito fria.
Na maioria dos anos, o vórtice do Árctico é levado para latitudes mais baixas mais no final do inverno, onde quebra. Em 2011, isso não aconteceu. Uma atmosfera invulgarmente calma fez que o vórtice do Árctico permanecesse forte durante quatro meses, mantendo as temperaturas baixas mesmo depois de reaparecer o Sol em Março, o que levou à destruição de mais ozono.
As concentrações de ozono subiram rapidamente e atingiram níveis normais em Abril de 2011, quando o vórtice desapareceu e o transporte de ozono tropical foi retomado.
Em comparação, o vórtice Antárctico normalmente é muito estável e dura até ao meio da primavera.
Os dois pólos do planeta sofrem perdas de ozono durante o inverno, mas a destruição de ozono no Árctico tende a ser mais suave e durante menos tempo que na Antárctida.
A maior suavidade no Árctico acontece porque nem sempre estão presentes, ao mesmo tempo, as três principais causas das reacções químicas de destruição do ozono: o cloro dos clorofluorcarbonetos (CFCs) da poluição, baixas temperaturas e luz solar: as latitudes mais altas geralmente não estão suficientemente frias quando o Sol reaparece no início da primavera. Mesmo assim, em 2011, as concentrações de ozono na atmosfera do Árctico foram cerca de 20 por cento mais baixas que a sua média no final do inverno.
Os cientistas consideram que 2011 foi um ano bastante atípico, em que há mais 30 anos os satélites não registavam temperaturas tão baixas durante tanto tempo.
O vídeo compara a dinâmica da camada de ozono no Árctico, entre 1 e 23 de Março, para os anos de 2010 e 2011. Os níveis de ozono, em Março de 2011, são dos mais baixos registados.

 

Mas, apesar dos valores de ozono serem dos mais baixos registados, isso não significa que exista um "buraco" de ozono no Árctico.
"Os níveis de ozono do Árctico foram possivelmente os mais baixos já registados, mas ainda eram significativamente mais elevados do que os da Antárctida," disse Susan E. Strahan, cientista atmosférica no Goddard Space Flight Center, da NASA, em Greenbelt, Maryland, e principal autora do novo estudo. 
"Havia cerca de metade da perda de ozono na Antárctida e os níveis de ozono mantiveram-se bem acima de 220 ​​unidades Dobson, que é o limite para chamar 'buraco' à perda de ozono na Antárctida - por isso a perda de ozono do Árctico, em 2011, não constitui um buraco de ozono", acrescentou a cientista.
Fonte: NASA

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