terça-feira, 23 de abril de 2013

Água à volta de Júpiter resultou do impacto de um cometa, dizem os cientistas

O mapa mostra a distribuição assimétrica da água na estratosfera de Júpiter, tal como foi medida pelo Observatório Espacial Herschel. As cores branca e ciano indicam maior concentração de água e azul indica valores menores. O mapa foi sobreposto a uma imagem de Júpiter, obtida em comprimentos de onda visíveis com o Telescópio Espacial Hubble da NASA / ESA - Crédito: mapa Água: ESA / Herschel / T. Cavalié et al; imagem de Júpiter:. NASA / ESA / Reta Beebe (New Mexico State University)

Astrónomos demonstraram que quase toda a água presente na estratosfera de Júpiter, uma camada atmosférica intermédia, se deve ao cometa Shoemaker-Levy 9, que atingiu o planeta em 1994.
Os novos dados do Observatório Espacial Herschel revelam claramente uma distribuição assimétrica de água em todo o planeta, tendo mais água no hemisfério sul, onde ocorreu o impacto. Os astrónomos verificaram que pelo menos 95 por cento da água presente na estratosfera de Júpiter foi fornecido pela cometa Shoemaker-Levy 9, que afectou o hemisfério sul.
Há quase duas décadas que os astrónomos sabem que existe água na atmosfera superior dos planetas gigantes do sistema solar, mas não conheciam ao certo a sua origem. Essa água foi descoberta na estratosfera de Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno, através das observações da sonda Infrared Space Observatory da ESA, em 1997.
Enquanto a origem da água nas camadas inferiores das suas atmosferas pode ser explicada como interna, a presença desta molécula nas camadas atmosféricas superiores surpreende, devido ao pouco oxigénio aí existente, o que fez pensar numa origem externa.
Os dados do Observatório Herschel ajudaram a dar uma resposta, no caso de Júpiter, mostrando uma assimetria na distribuição da água na sua estratosfera, causada pelo impacto de um cometa.

A imagem é uma composição, montada a partir de imagens separadas de Júpiter e cometa Shoemaker-Levy 9, tal como fotografada pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA / ESA, em 1994. Crédito: NASA, ESA, H. Weaver e E. Smith (STScI) e J. Trauger e R. Evans (Laboratório de Propulsão a Jato da NASA)

"A assimetria entre os dois hemisférios sugere que a água foi entregue durante um evento único e exclui anéis ou luas geladas como candidatos a fontes de água", disse Thibault Cavalié, do Laboratoire d'Astrophysique de Bordeaux, na França, que liderou o estudo.
"As fontes locais forneceriam um abastecimento contínuo de água que, ao longo do tempo, levaria a uma distribuição simétrica, relativamente aos dois hemisférios, na estratosfera. Dependendo se as espécies químicas são transportadas na forma neutra ou ionizado, as fontes locais de água resultariam em concentrações mais elevadas, quer nos pólos ou ao longo do equador, mas não numa assimetria no sentido norte-sul", disse o cientista.
Fonte: NASA e ESA

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