quarta-feira, 24 de julho de 2013

Formação explosiva de estrelas pode afectar o crescimento das galáxias

Visualização tridimensional das correntes de gás emanadas pela galáxia próxima NGC 253 (galáxia do Escultor), com formação explosiva de estrelas, observadas pelo radiotelescópio ALMA, no Chile. O eixo vertical mostra a velocidade e o eixo horizontal corresponde à posição ao longo da parte central da galáxia. As cores representam a intensidade da emissão detectada pelo ALMA, onde o rosa corresponde à emissão mais intensa e o vermelho corresponde à mais fraca - Crédito:ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Erik Rosolowsky

Novas observações do telescópio ALMA no Chile, fornecem a melhor explicação de sempre sobre como a formação estelar vigorosa pode ejectar enormes quantidades de gás, fazendo com que as futuras gerações de estrelas não tenham combustível suficiente para se formar e crescer.
A imagem mostra uma visualização, a três dimensões, das correntes do gás frio de monóxido de carbono observadas pelo Alma na galáxia próxima do Escultor, com formação explosiva de estrelas (ver vídeo).
A Galáxia do Escultor, também conhecida como NGC 253, é uma galáxia em espiral situada na constelação austral do Escultor. Situada a cerca de 11,5 milhões de anos-luz do Sistema Solar, é a galáxia com formação estelar explosiva mais próxima de nós e visível no hemisfério sul.
Utilizando o telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), os astrónomos descobriram colunas gigantes de gás frio e denso sendo ejectadas a partir do centro do disco galáctico.
Estes resultados podem ajudar a explicar o facto dos astrónomos terem encontrado muito poucas galáxias de massa elevada no cosmos. Modelos de computador mostram que as galáxias mais velhas, vermelhas, deveriam ter consideravelmente mais massa e um maior número de estrelas do que se observa actualmente. Parece que os ventos galácticos ou as correntes de gás ejectado são tão fortes que retiram à galáxia o combustível necessário à formação da nova geração de estrelas.
De acordo com os investigadores, enormes quantidades de gás molecular - quase dez vezes a massa do nosso Sol e possivelmente muito mais - estão a ser ejectadas pela galáxia, por ano, a velocidades entre 150 mil a quase um milhão de quilómetros por hora. A quantidade total de gás ejectada seria maior do que a quantidade de gás que teria sido usada para efectivamente formar as estrelas da galáxia, nessa altura. A esta taxa, a galáxia poderia ficar sem gás em tão pouco tempo como uns 60 milhões de anos.
O estudo vem descrito num artigo científico “The Starburst-Driven Molecular Wind in NGC 253 and the Suppression of Star Formation”, de Alberto Bolatto et al., que será publicado na revista Nature, a 25 de Julho de 2013.
Fonte: ESO

Sem comentários: