segunda-feira, 15 de julho de 2013

Telescópio Espacial Hubble descobre a cor azul de um exoplaneta

Ilustração do exoplaneta HD 189733b que orbita sua estrela amarelo-laranja, HD 189733. O Telescópio Espacial Hubble da NASA mediu a cor da luz visível real do planeta, que é azul cobalto - Crédito: NASA, ESA, e G. Bacon (STScI)

Observando um exoplaneta em luz visível, através do Telescópio Espacial Hubble, astrónomos descobriram que a sua cor real era azul.
O planeta, designado por HD 189733b, orbita a sua estrela a cerca de 63 anos-luz, um dos exoplanetas mais próximos que podem ser observados em trânsito. A cor azul cobalto do planeta foi deduzida medindo as mudanças na cor da luz do planeta, antes, durante e depois de uma passagem por detrás da sua estrela.
Se fosse observado directamente, o planeta iria parecer um ponto azul escuro, fazendo lembrar a Terra vista do espaço pela nave Voyager, como um "ponto azul pálido" (pale blue dot).
No entanto, a cor azul de HD 189733b não resulta da reflexão de um oceano tropical como acontece na Terra, mas sim de um ambiente nebuloso com nuvens altas contendo partículas de silicatos. Estas podem formar pequenas gotas de vidro que dispersam mais a luz azul do que a luz vermelha.

A imagem compara as cores dos planetas do nosso sistema solar com a do exoplaneta HD 189733b. A cor azul escura do exoplaneta é produzida por gotículas de silicato, que dispersam a luz azul na sua atmosfera - Crédito: NASA, ESA, e A. Feild (STScI)

HD 189733b pertence a um conjunto de planetas chamados Júpiter quente, que orbitam perigosamente perto das suas estrelas-mãe. A observação deste planeta fornece novas pistas sobre a composição química e a estrutura das nuvens de todo o conjunto.
As nuvens muitas vezes desempenham um papel importante nas atmosferas planetárias. Detectar a presença e a importância das nuvens nos planetas Júpiter quente é crucial para compreender a física e a climatologia de outros planetas.
HD 189733b foi descoberto em 2005. Encontra-se apenas a 2,9 milhões de milhas da sua estrela-mãe, tão perto que está gravitacionalmente bloqueado. Um lado está sempre voltado para a estrela e o outro lado está sempre escuro.
Em 2007, o Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, mediu a radiação infravermelha, ou calor, emanado do planeta, criando um dos primeiros mapas de temperatura de um exoplaneta. O mapa mostra que as temperaturas dos dois lados de HD 189733b diferem em cerca de 500 graus Fahrenheit, o que deve causar ventos fortes entre o lado sempre iluminado e o sempre escuro.
Fonte: NASA

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